O professor Luiz Eduardo Oliveira, do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade Federal de Sergipe, publicou o livro “Mergulho”, a sua primeira aventura no universo ficcional como autor.
Segundo Luiz Eduardo, a ideia do livro é muito antiga e teve origem em alguns contos que havia escrito, dois dos quais chegaram a ser publicados num suplemento literário local chamado Arte & Palavra, nos anos 1980, quando ele era estudante de Letras da UFS.
“Aos poucos comecei a perceber que as personagens, nos contos, apresentavam características comuns. A partir daí a ideia de criar uma personagem protagonista e escrever um romance foi um pulo.”, explica.
Sendo uma história ambientada na década de 1980, ela dialoga, tanto com a literatura que se produzia e se traduzia na época quanto com a memória, as vivências e experiências de alguém que viveu o período. O contexto é o do processo de redemocratização do país, após 21 anos de ditadura.
Luiz Eduardo conta que, na época em que começou a escrever o livro foi muito influenciado pelas traduções da literatura da geração beat que surgiram no Brasil, de autores como Allen Ginsberg, Carl Solomon e Jack Kerouac. "Foi uma época fértil em produção literária, surgiram no Brasil escritores como Caio Fernando Abreu, Marcelo Rubens Paiva, Reinaldo Moraes, e isso nos influenciou a todos em Aracaju. Esse era mais ou menos o ambiente literário que respirávamos na década de 1980 e que me inspirou e provocou a escrever literatura", conclui.
No final dos anos 1990, o livro já tinha esse nome, Mergulho, e em 2001 Luiz Eduardo submeteu o manuscrito a algumas editoras, sem sucesso. Por sugestão de um amigo, autor respeitado e premiado no país, o escritor Antônio Carlos Viana, falecido em 2016, o livro passou por algumas mudanças. Depois de muitas revisões e alterações, o texto acabou sendo guardado em sua nuvem, até que surgiu o Edital da FUNCAP, com verba da Lei Aldir Blanc.
“Quando eu soube do Edital, “desengavetei” o Mergulho e o submeti mais uma vez. Fiquei muito feliz quando saiu o resultado. Como se trata de um texto sobre o qual eu venho trabalhando há anos, sem compromisso acadêmico ou pedagógico, tudo que eu precisava era de um apoio financeiro que possibilitasse a sua publicação por alguma editora capaz de distribuí-lo nacionalmente”, conta.
O livro está disponível nas livrarias locais, virtuais, e no site da editora. O autor falará sobre a obra no dia 31 de maio, às 17h, na Academia Sergipana de Letras (ASL).
O autor
Luiz Eduardo Oliveira fez pós-doutorado em Literatura Comparada na Universidade de Lisboa (2012), possui doutorado em História da Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012) e graduação em Letras Português Inglês (1990) e Direito (1997), ambas na Universidade Federal de Sergipe.
É líder do grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos de Cultura da UFS, editor-chefe da Revista de Estudos de Cultura (REVEC) e professor do Departamento de Letras Estrangeiras (DLES) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED).
Dentre suas publicações acadêmicas, estão A Historiografia Brasileira da Literatura Inglesa: uma história do ensino de inglês no Brasil (1809-1951), Editora Pontes; O Mito de Inglaterra: anglofilia e anglofobia em Portugal (1386-1986), Editora Gradiva, de Portugal; Gramatização e Escolarização: para uma história do ensino das línguas no Brasil (1757-1827); e A Legislação Pombalina sobre o ensino de línguas: suas implicações na educação brasileira (1757-1827), publicado pela EDUFAL em 2010, obra da qual foi organizador.
Lei Aldir Blanc
A Lei n⁰ 14.017, de 29 de junho de 2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, foi uma homenagem ao compositor e escritor que morreu em maio de 2020. Esta lei prevê auxilio financeiro destinado ao setor cultural e apoia profissionais da área que sofreram com impacto das medidas de distanciamento social devido a covid 19, fomentando a produção cultural do país.
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